Terremoto no Nepal
A geologia por trás do terremoto do Nepal
O terrível terremoto que causou a morte de mais de 4.000 pessoas no Nepal era um desastre anunciado.
A região do epicentro, entre Catmandu e Pokhara, está situada em uma imensa zona de falha de empurrão que separa duas grandes placas tectônicas: a Eurasiana a leste e a da Índia a oeste.
É nesta região de encontro de placas que ocorre o cavalgamento da placa Eurasiana sobre a crosta continental formando a maior cordilheira do planeta: o Himalaia. A região do Himalaia compreende cinco países: Índia, China, Butão, Paquistão e o Nepal.
A gigantesca pressão decorrente do encontro dessas placas é, ocasionalmente, liberada através de movimentos súbitos e devastadores: os terremotos.
Neste sábado a região de Katmandu foi devastada por poderosas ondas de choque causadas pela ruptura de um bloco de falha associado ao encontro das placas. A placa da Índia, que avança, inexoravelmente, a uma velocidade de 5 centímetros por ano é a grande responsável por esta fratura.
O súbito rompimento das rochas criou um deslocamento de, no mínimo, 2 metros, segundo a Universidade de Hong Kong.
Esta conjunção de fatores foi mortal. Hipocentros rasos como esse são devastadores.
Eles causam as destruidoras ondas superficiais que se propagam na superfície e cuja amplitude gera os maiores danos à vida e à propriedade.
Logo após o grande terremoto de sábado dezenas de terremotos menores, os “aftershocks” acabaram de destruir aquilo que o principal não havia destruído.
Quando os aftershocks pararem as pressões voltarão a se acumular até que, em um dia no futuro, um novo terremoto devastador fará, mais uma vez, as notícias da mídia mundial.
Mais um desastre anunciado.
O último grande terremoto com intensidade 8 desta região, ocorreu em 1934 e matou mais de 8.500 pessoas.
As estatísticas mostram que grandes sismos ocorrem aproximadamente a cada 75 anos em Catmandu.